terça-feira, 5 de julho de 2011

Sentimento primordial




Lembro-me das minhas primeiras paixões, na época da escola. Aquele sentimento primeiro, confuso, que eu buscava esconder das amiguinhas, mas que no fundo todos percebiam, até o "menino alvo". haha
Com o tempo, vamos lapidando os sentimentos e aprendendo a lidar com eles, tornando-nos mais fechados, mais calmos e aparentemente fortes. Acho que já nasci jurando amor para algum garotinho na maternidade, porque passei grande parte da minha breve vida chorando por supostos amores. As palavras, as cartas, os pensamentos eram sempre os mesmos, só mudavam os destinatários.
Talvez por todo esse sentimentalismo, acabei enjoando de tudo que era relacionado ao romantismo. Passei a me tornar extremamente prática e achar que sabia lidar muito bem com todo e qualquer tipo de sentimento. Me achava super resolvida e que não tinha problemas em falar sobre meus sentimentos. Errada estava eu. Conversando com um certo velho, a quem deposito muita confiança, percebi o quão desacreditada estava, e o quão isso estava se refletindo na minha vida. O amor existe, o amor é "in" e não "out"; ele tem que partir de dentro de mim, eu tenho que acreditar. E não importa se eu tenho 18 ou 50 anos, eu posso senti-lo. Não há problema em jurar amor e depois de um tempo os sentimentos acabarem, faz parte da vida; mas se eu não acreditar que ele existe ou que ele vai chegar para mim, obviamente ele não vai existir mesmo.
Tenho muita dificuldade em assumir que amo alguém, por ver o amor de uma maneira muito distante, valorizando-o demasiadamente. O amor é o que vivemos no dia a dia. É o que eu sinto de diferentes formas por diferentes pessoas. A magia do mesmo, é ele estar sempre no meio de todos.
Me perguntaram se eu amo a ele, respondi que não sei se é amor, o que eu sei que eu quero sempre estar ao seu lado, durmo e acordo pensando nele, enlouqueço com seu cheiro, com seus gostos, com suas birras, suas manhas, seus xingamentos... Sei que eu adoro nele, até as coisas que eu mais detesto. E aquele sentimento primeiro, da época da escola retorna embrulhando o estômago, me tirando o sono e até fazendo com que meu coração dispare sempre que eu vejo algo que minha memória relaciona a ele.
Se ele sabe? Nunca falei nada, e sempre procurei deixar bem claro que não acreditava em eternidades e que eu era prática. Erro meu, pois agora eu não o tenho como antes e o vejo cada vez mais distante. Mas se ele ler o que aqui deixo gravado, que por favor não exite em pensar que é o dono de todas essas declarações...

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